Irapuam bramio; o grito ronco troou nas arcas do peito, como o fremito da sucury na profundeza do rio.
— A raiva de Irapuam não pode mais ouvir-te, velho Pagé! Caia ella sobre ti, si ousares subtrahir o estrangeiro a vingança dos Tabajaras.
O velho Andira, irmão do Pagé, entrou na cabana; trasia no punho o terrivel tacape e nos olhos uma sanha ainda mais terrível.
— O morcego vem te chupar o sangue, si é que tens sangue e não mel nas veias, tu que ameaças em sua cabana o velho Pagé.
Araken affastou o irmão:
— Paz e silencio, Andira.
O Pajé desenvolvera a alta e magra estatura, como a caninana assanhada, que se enrista sobre a cauda, para affrontar a victima em face. As rugas affundarão; e repuxando as pelles engelhadas, esbugalharão os dentes alvos e afilados:
— Ousa um passo mais, e as iras de Tupan te esmagarão sob o peso desta mão secca e mirrada!
— Neste momento, Tupan não é comtigo! replicou o chefe.