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O homem não se contenta
Com ser homem, quer ser Deos,
Contra a Divindade attenta;
Té que da morte a tormenta
Lhe arraza os projectos seus.

Se quando ao correr da scena
Impécem os bastidores,
A vista se desordena,
Em confusão não pequena
Fica o theatro, e actores.

Para o mundo baralhar
Tem os homens o poder,
Mas para o desenredar,
He de balde o trabalhar,
Quando Deos lhe não valer.

Andão sempre em precipicios
Huns dos outros mal olhados,
Só se dão cultos aos vicios,
Victimas dos sacrificios
Ficão sendo os desgraçados.

Hum vai de bem para mal,
Outro de mal para bem,
Este já não he igual,
Quem se esquece em cazo tal
Do mal, que passado tem.