obrigado a dizer que este era o motivo secreto das lágrimas de Emília.

José Cândido respondeu com um repelão, declarou que tudo estava acabado entre eles, e saiu, sempre com os olhos na estrela eleitoral. O barbeiro teve igualmente notícia deste rompimento; e secretamente achou que era complicar a situação já melindrosa; mas de viva voz confessou que os sentimentos de segunda ordem não podem impedir a expansão dos altos interesses e das nobres paixões cívicas. Seu estilo foi menos levantado, mas a idéia foi aquela.

José Cândido concordava com tudo; animava-o a idéia de que não há arrufos diante de um candidato vencedor, e vivia com os olhos nas urnas. Uma dúzia de sujeitos trabalhava em favor dele; dois viviam dia e noite a copiar cédulas. José Cândido, vendo quinhentas, mil, duas mil cédulas manuscritas, imaginara que eram outros tantos votos, e figurava já o efeito de seu nome impresso com o algarismo dos votos adiante. Nunca mais fora à casa do capitão. Este duas ou três vezes mandou-o chamar; uma vez chegou a procurá-lo, mas não o encontrou; deixou um recado, inútil.

Os dois caudilhos estavam divorciados.

E à proporção que os quatro contos iam fugindo, a aurora esperada vinha a aproximar-se de José Cândido; o barbeiro e mais dois ou três férvidos partidários faziam esforços hercúleos. José Cândido chegou a sacrificar alguns mil-réis, nos jornais, em mofinas deste gênero:

ELEITORADO

Recomendamos o nome de um jovem cheio de serviços e de incontestável aptidão: o sr. José Cândido.

Um do Povo

Ou assim:

AO POVO!

Votemos no sr. José Cândido, uma das esperanças da mocidade e um dos fluminenses mais dignos por seus serviços e modéstia.

Justus

Ou assim:

À URNAS!

Os homens honestos, amigos do talento e reconhecidos aos verdadeiros serviços, têm um candidato certo, que sairá eleito, porque felizmente goza da mais vasta popularidade na paróquia: o sr. José Cândido. Às urnas! às urnas!

Um que não falta