— O mais breve possivel.
Os olhos da panthera ou da leôa sorprehendida no seu ninho não lançam mais vivos lampejos do que os que lançáram os olhos da moça encarando fixamente o deputado.
Esgueu-se de um salto como se tivesse sido mordida por uma vibora.
Olhou para seu pae com os olhos desvairados, e com voz argentina lhe disse.
— Meu pae, eu não quero casar com o senhor aqui presente.
— Porque minha filha?
— Porque não tenho para elle a menor inclinação.
Permitta-me que eu me retire, estou encommodada. E sem esperar resposta, sahio da sála.
O deputado, envergonhado pela decepção por que passára, aproximou a cadeira á do pae de Palmyra e disse-lhe ainda meio confuso.
— Insistamos, as moças são todas assim; com paciencia e doçura tudo se consegue.
— Duvido muito, senhor, disse a mãe de Palmyra; minha filha tem o caracter energico do avô: dizendo uma vez não, com consciencia de que o que diz é justo, nada a faz curvar.
— Mas minha senhora em materia de casamento, ás vezes as moças dizem que não e estão anciosas por ver realisar-se essa pretensão.
— Não duvido, disse a respeitavel senhora, toda a regra tem excepção.
O pae de Palmyra esse estava triste e calado.
Despedio-se o deputado levando a esperança de mais dia menos dia obter o sim da interessante e bella moça.
Mal acabava o deputado sem ventura de voltar a rua quando entrou o irmão de Nóla.
Tendo familiaridade em casa, foi para a sala de jantar, e meia hora depois disse em voz baixa a Palmyra : — Tenho uma carta reservada de maninha para a Senhora.
Palmyra deu-lhe as costas mas estendeu a mão e recebeu-a. Foi minutos depois le-la no seu quarto.
A carta era assim concebida :
«Fazenda do ..... em ... de 18..
Minha querida amiga,
Só agora te posso escrever, porque não quis confiar minhas cartas ao