se fazendo um arremesso, enquanto Adriano, pacificamente sentado, aguardava a resposta do primo. Este passeou de um lado para outro sem saber que lhe respondesse e desejoso de o deitar pela janela fora. O silêncio foi longo. Anacleto rompeu-o, detendo-se de súbito:
— Mas não me dirá qual será o modo de resolver o conflito? disse ele.
— Vários.
— Vejamos, disse Anacleto, sentando-se de novo.
— Primeiro: você desiste de a pretender; é o mais fácil e simples.
Anacleto contentou-se com sorrir.
— O segundo?
— O segundo é retirar-me eu.
— É o melhor.
— É o impossível, nunca o farei.
— Ah! então sou eu que devo retirar-me e deixá-lo... Na verdade!
— Terceiro modo, continuou pacificamente Adriano: ela escolher entre ambos.
— Isso é ridículo.
— Justamente: é ridículo... E é por ser destes três modos, um ridículo e outro impossível, que eu lhe proponho o mais praticável dos três: sua retirada. Você tem namorado muitas sem casar; será mais uma. E eu, que não uso namorar, gostei desta e espero chegar ao casamento.
Só então lembrou a Anacleto fazer-lhe a mais natural pergunta do mundo:
— Mas tem você certeza de ser amado por ela?
— Não.
Anacleto não se pôde conter: levantou-se, soltou dois impropérios e dirigiu-se para a porta. O primo foi ter com ele.
— Venha cá, disse; resolvamos primeiro este negócio.
— Resolver o quê?
— Quer então ficar mal comigo?
Anacleto ergueu secamente os ombros.
— Quer a luta? tornou o outro. Pois lutaremos, pelintra!
— Não luto com jarretas!
— Tolo!
— Malcriado!
— Sai daqui, pateta!
— Saio, sim; mas não é por causa de seus berros, ouviu?
— Gabola!