— Adeus.
— Adeus.
No dia seguinte, Oliveira mandou dizer a Magalhães que estava um pouco incomodado. Magalhães foi visitá-lo.
Achou-o de cama.
— Estou com alguma febre, disse o advogado; dize isto mesmo ao comendador, a quem eu prometi de ir lá hoje.
Magalhães cumpriu o pedido.
Era a ocasião de se manifestar a dedicação de Magalhães. Não faltou este moço a tão sagrado dever. Passava com Oliveira a tarde e as noites e só se separava dele para ir, às vezes, à casa de Vasconcelos, que era isso mesmo o que Oliveira lhe pedia.
— Fala-lhe sempre de mim, dizia Oliveira.
— Não faço outra coisa.
E assim era. Magalhães não cessava de dizer que vinha ou ia para casa de Oliveira, cuja doença ia tomando um aspecto grave.
— Que amigo! murmurava consigo D. Mariana.
— O senhor é um bom coração, dizia Vasconcelos apertando as mãos de Magalhães.
— O sr. Oliveira deve querer-lhe muito, dizia Cecília.
— Como a um irmão.
A doença de Oliveira era grave; durante todo o tempo que durou, não se desmentiu nunca a dedicação de Magalhães.
Oliveira admirava-o. Via que o benefício que lhe fizera não caíra em má terra. Grande foi a sua alegria quando, ao começar a convalescença, Magalhães lhe pediu duzentos mil-réis, com promessa de os pagar no fim do mês.
— Quanto quiseres, meu amigo. Tira-os ali da secretária.
— Acredita que isto me vexa imensamente, disse Magalhães, metendo na algibeira duas notas de cem mil-réis. Nunca te pedi dinheiro; agora, menos que nunca, devia pedir-to.
Oliveira compreendeu o pensamento do amigo.
— Não sejas tolo; a nossa bolsa é comum.
— Oxalá que esse belo princípio possa ser realizado literalmente, disse Magalhães rindo.
Oliveira não lhe falou nesse dia a respeito de Cecília. Foi o próprio Magalhães que encetou a respeito dela uma conversa.
— Queres ouvir uma coisa? disse ele. Apenas saíres, manda-lhe uma carta.
— Por quê? Crês que...