se conforma com Barreto nem com Barbosa; ao mesmo passo que em outros titulos, estes dois ultimos algumas vezes tambem se naõ conformaraõ entre si.
A razaõ desta divergencia se explica, se considerarmos que no Leal Conselheiro, um certo numero de capitulos novamente escritos faz fundo da obra, e que com elles misturou o auctor, 1º outros capitulos que para outras obras tinha feito. 2º Memorias e artigos avulsos que a outros respeitos e em outros tempos tinha composto; e de tudo ordenou aquelle tratado, com o qual naõ só satisfez ás istancias da Rainha D. Leonor, mas ainda offereceo nelle á sua leitura materiais que entendeo poderem ser-lhe agradaveis e proveitosas.
Daqui se vê que este precioso tratado tem a vantajem de comprehender emsi um grande numero de composições avulsas do seu auctor, e fica ao mesmo tempo explicado como naõ poucas daquellas Memorias que Joaõ Franco Barreto e D. Antonio Caetano de Souza acharaõ na Cartuxa d'Evora, fazem effectivamente parte do Leal Conselheiro.
Seja como for, o certo é que os varios escritores que, seguindo a auctoridade de Brito, fizeraõ mençaõ daquelles tratados, convieraõ que de todos elles nada se sabia que existisse ja naquelles tempos, isto é, anteriores á descoberta de Joaõ Franco Barreto: e tendo nós encontrado na riquisssima Biblioteca Real dos manuscritos d París o codice nº 7:007, contendo as duas obras mais consideraveis do Sr. D. Duarte, julgamos que fazemos bom serviço dando à luz este precioso monumento da nossa antiga litteratura Portuguesa.
É pois este Codice u volume em folio grande, escrito em pergaminho e em gothico, com 128 folhas, ou 255 paginas, por ser o seu verso da ultima folha em branco, e cada pagina em duas columnas. Este Codice acha-se encadernado em marroquim encarnado