POR FORO D'HESPANHA.
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Os labios d’elrei tremeram, como a superficie do mar encrespada pela leve e repentina aragem que precede immediatamente o tufão. Depois entreabrindo-os, com os dentes cerrados, murmurou:

“Infante D. Diniz, beijae a mão á vossa rainha!”

Foi um só o volver de todos os olhos para o moço infante: o sussurro das respirações cessára.

D. Diniz não respondeu; encaminhou-se para o meio do aposento: parou defronte do throno, e olhando em redor de si, perguntou com sorriso de amargo escarneo:

“Onde está aqui a rainha de Portugal?”