emfim, castelhano[1]. Em nome do creador e senhor de todas las cousas, te mando que repitas o credo, ou sáias deste miseravel corpo.”

Mestre Ouguet ficou immovel e calado.

“Não cedes?!”—­proseguiu o prior—­“Recorrerei ao septimo, ao mais terrivel exorcismo. Veremos se poderás a teu salvo escarnecer das creaturas feitas á imagem e semelhança de Deus.”

Depois de varias ceremonias e orações, Fr. Lourenço chegou-se ao pobre irlandez, e começou a repetir o conjuro, fazendo-lhe uma cruz sobre a testa a cada uma das seguintes palavras, que proferia lentamente:

"Hel—Heloym—Heloa—Sabaoth—Helyon—Esereheye—Adonay—Iehova—
Ya—Thetagrammaton—Saday—Messias—Hagios—Ischiros—Otheos—
Athanatos—Sother—Emanuel—Agla—……

“Jesus!”—­bradou a uma voz toda a gente que estava na igreja.

  1. O inquisidor Sprenger, no livro intitulado Mallens Maleficarum, recommenda aos exorcistas que antes de tudo descomponham e injuriem quanto poderem os possessos, advertindo que não são propriamente estes que recebem as affrontas, mas sim o diabo, que tem no corpo. A conveniencia de taes doestos é que para o demonio, pae da suberba, não póde haver maior pirraça do que ser descomposto na sua cara, sem que elle se possa desaggravar. Veja-se o livro citado, edição de Lyão de 1604—­Tom. 3. pág. 83.