Mr. Graham Senior (eram os dous inglezes irmãos, segundo depois soubemos) um fazedor das regrinhas, que na lingua ingleza correspondem ao que nas linguas do meio-dia é e se chama versos. O honrado Mr. Graham não procurava na algibeira o amago e substancia da idealidade e poesia britannicas, a pistola suicida. Não! Era cousa mais atrozmente assassina; era um quaderno grosso de letra microscopica, em que provavelmente se continham as suas inspirações ineditas! Estava explicada a longa taciturnidade dos dous. O perverso meditava aquelle fratricidio intellectual desde a partida de Saint-Hélier, e os quatro grunhidos abafados que lhe ouviramos tinham sido quatro tentativas para predispor a victima. De feito, quando elle sacou o alentado canhenho, Mr. Graham Junior parecia inteiramente resignado.
Aquelle atenazador das orelhas do proximo começou a sua leitura pela primeira pagina. Era um algoz de consciencia, e já se podia prever que tinha a boa tenção de atormentar-nos emquanto durasse o dia, que felizmente se inclinava a seu termo. Como me foi possivel, percebi aos trinta ou quarenta versos que era um poeta da eschola de Pope, ou como quem o dissesse entre nós, um poeta da Arcadia. Cá teria falado em Jove, Marte e Neptuno, nas