amor sensual que o determinou; uma vez esgotada a provisão de amor ou de ilusão, o casal deixa de ter razão de ser e deve ser dissolvido. Logo, a mulher, para ser fisiologicamente feliz, precisa substituir o seu amante por um novo, desde que ele não continue a exercer sobre ela o fascinante prestígio que a cativou. Ora, sendo de todo impossível substituir assim um esposo, o que restava a fazer? — Substituir a ilusão. O ator seria sempre o mesmo, os papéis, representados por ele aos olhos da consorte, é que teriam de variar e seriam sempre novos.
Minha filha, pois, conhecendo um só homem, teria nesse homem uma bela e sedutora variedade de amantes.
Mas, como chegar a semelhante resultado? Como obter na vida prática a execução de tão revolucionário sistema? Como vencer a exigência dos velhos costumes e arraigados hábitos domésticos e sociais? Como poderia eu dispor assim de meu genro e governá-lo na sua íntima vida conjugal? Como conseguiria reformar-lhe ou reforçar-lhe, de quando em quando, as suas qualidades insinuativas e os seus dotes de sedução e encanto, para desse