já sem nenhum de seus filhos, e vivendo em companhia de uma irmã, D. Etelvina, único parente que lhe restava e a quem ele estremecia profundamente. Foi o melhor coração e o melhor caráter que encontrei até hoje no meu caminho. Conheci-o, como disse, pouco depois do nascimento de Palmira, e já desde esse tempo o estimava mais do que a meu próprio esposo, de quem ele, só por minha causa, foi bom, leal e verdadeiro amigo.
Deu-se na minha vida e no meu coração uma coisa muito singular a respeito desse homem: Sem nunca formular sobre ele a mais ligeira hipótese de amor sensual, achava-me todavia tão sua amiga, amava-o tanto, que era um verdadeiro prazer, para minha alma, senti-lo perto de mim. Quando as desilusões do meu casamento me prostraram os sentidos e me enegreceram a existência, foi ele o único com quem abri o coração. Falei-lhe com toda a franqueza, queixei-me do meu destino; disse-lhe tudo quanto eu sofria, e até, ainda hoje me parece extraordinário! chorei em sua presença, o que, juro pela felicidade de Palmira, seria impossível suceder com outro, mesmo com meu marido.