tinha aberto por si mesmo, e despejava-se até ao fundo em palavras de amor.
Donde vinha toda essa confiança de minha parte? donde procedia esse poderoso e casto sentimento que a César me ligava tanto, e que em nada me parecia com o amor que eu mantive por meu marido, nem com o que eu sentia por meus filhos? Não atinava então com a verdadeira causa do fenômeno e moralmente supunha-me deveras culpada. Só muito mais tarde, continuando a estudar, no meu próprio coração, o coração humano, pude compreender, quando afinal o conheci de todo, que não se tratava com aquele fato de um caso meu particular, mas de uma lei comum para a minha espécie. Essa conclusão assustou-me profundamente e veio abalar todas as minhas idéias aparelhadas a respeito da felicidade conjugal, e, se ela já não chegasse muito e muito tarde, ter-me-ia feito sem dúvida reformar o programa de vida, que eu com tanto empenho e tanto cuidado traçara para minha filha.
Do resultado dessas minhas observações, vim a perceber que, sendo a procriação um instinto, e sendo o amor um sentimento, o