Eis o que colhemos:
O rapaz chamava-se José Leandro de Oviedo. (Isso já eu sabia). Nasceu na província do Rio de Janeiro, numa fazenda em Teresópolis. Era filho de Manuel Oviedo, pintor espanhol, que o teve de uma tal Margarida Porto, senhora brasileira por ele tomada do marido, um rico fazendeiro de café, e com a qual viveu o pintor dez anos.
Leandro foi o primeiro filho de Oviedo, (Esta circunstância animou-me a seu favor) e o único que sobreviveu aos pais. Criou-se na fazenda, mas ao cinco anos fez com a família uma viagem à Europa, donde voltou com dez, já órfão de mãe. O pai destinava-o ao comércio e quis, ao tornar aqui, pô-lo de caixeiro em uma loja de ferragens, mas o padrinho, um tal Gonçalves, com quem o rapaz fora habitar de volta ao Brasil, remeteu-o, três anos depois, para um colégio na Inglaterra, donde Leandro voltou aos dezoito de idade, por morte do seu protetor. Não consegui saber se deste herdou alguma coisa; soube, sim, que nesse tempo fez ele uma excursão pelas províncias do sul do Brasil, dando com pouco sucesso concertos de piano