— Continue, acudi, sem modificar a minha fisionomia.
— Imagine, minha senhora: eu, que nada sou; um pobre diabo sem passado e sem futuro, filho de uma união irregular, atrevo-me a vir pedir-lhe me conceda tudo o que há de melhor no mundo; tudo o que há de mais puro, de mais belo, de mais ideal! Imagine que eu, um desgraçado, tenho o desvairamento de pedir-lhe a mão de...
Hesitou, abaixando os olhos. Compreendi que, a menor palavra de recusa, o pranto rebentaria deles com violência.
— O senhor está autorizado por minha filha a fazer-me semelhante pedido? perguntei-lhe depois de uma pausa, em que ouvia a larga respiração dele.
— Sim, minha senhora.
— E, no caso que obtenha o meu consentimento, estará o senhor disposto a fazê-la feliz, como eu o entendo?
— Juro! exclamou o rapaz.
— Não! não jure ainda, sem primeiro responder-me, se já sabe como é que tem de a fazer feliz...
— Minha senhora, volveu Leandro, reanimado