Levantei-me e chamei o criado para dizer-lhe que se preparasse para apagar as luzes e fechar a casa, porque o senhor Leandro ia sair. Palmira então veio ter comigo, com o ar embaraçado, as mãos um tanto frias; deu-me um beijo, e pediu-me, hesitante, comovida, e em segredo, que eu consentisse, ao marido passar com ela ainda aquela noite.

Durante isto, meu genro, sem abalar donde estava, sacudia com impaciência a perna que tinha dobrada sobre a outra. E olhava-me à esconsa.

— Não! não! respondi à minha filha.

— Mamãe!...

— Ele já cá ficou três noites seguidas... É preciso que se vá embora.

Palmira ia insistir a fazer-me novas carícias, mas o marido interrompeu-a secamente, erguendo-se.

— Não insistas! disse. Para quê?... Deixa lá tua mãe! Ela não quer! Acabou-se!

Não dei palavra. E ele acrescentou, sem se poder conter: — Ora! afinal isto é humilhante e ridículo para mim! Não sei agora que me parece ser preciso andar eu solicitando,