entre dois casados, quando meu marido se ausentou de mim por oito meses. Éramos ainda bem moços e também choramos no abraço da despedida, mas ai! as nossas lágrimas foram bem diferentes daquelas, e não recendiam àquele triste e poético aroma de amor ainda cego!... foram lágrimas de dois bons amigos incompatibilizados pelo casamento! Meu marido antevia que a viagem, e depois a estada num país estranho, seriam alegre e salutar variante na sua existência trabalhosa e monótona do Brasil; e eu por mim, confesso, não fazia o menor sacrifício com aquele apartamento de Virgílio. Já não nos amávamos sexualmente — eis a verdade!
Palmira, ah! essa ficou inconsolável... Voltamos tristes de bordo. Por longo tempo, da nossa lancha, agitamos os lenços no ar, em resposta a uma pequenina asa branca que palpitava, lá ao longe, no tombadilho do vapor.
Uma vez em terra, dentro do carro, mandei tocar com força para Laranjeiras, compreendendo que Palmira, no seu silêncio ameaçador, reprimia a explosão de soluços que ameaçavam sufocá-la.