para lamentar não seres tu homem, ou não ser eu mulher!

— Não, César, nada aproveitaríamos com ser do mesmo sexo... Nunca houve equilíbrio perfeito de qualquer amor senão entre pessoas do sexo diferente. O amor que te tenho, apesar de ideal, nunca poderia eu senti-lo por outra mulher, fosse esta minha mãe, minha irmã ou minha filha...

— Mas, meu Deus, isso é a negação das tuas teorias sobre o casamento...

— Não... Por quê?...

— Segundo o que acabas de dizer, duas pessoas de sexo diferente podem então, sem incompatibilidade, viver eternamente juntas...

— Decerto, desde que se amem castamente como nós dois nos amamos, e não tenham entre si a menor aproximação carnal. O que incompatibiliza moralmente os cônjuges é o amor físico. Se dois amigos de sexo diferente pudessem, na plenitude da mocidade, realizar um consórcio naquelas condições, e vivessem juntos sem a menor preocupação dos sentidos, seriam eternamente felizes e cada vez mais se amariam, porque para eles a convivência constante, ao contrário do que sucede