aos que se unem pelo sexo, longe de enfraquecer-lhes o amor, havia de ir cristalizando-o lentamente, até fazê-lo atingir o supremo estado de pureza, inquebrantável e límpido como um diamante. Seria esse o único casamento eterno!
— E os filhos?...
— Que filhos? Acaso figuraste semelhante hipótese, quando há vinte anos te uniste eternamente a essa tua pobre irmã, que acaba de morrer, deixando-te a alma viúva do seu amor?...
— Eu a amava, justamente porque ela era minha irmã...
— E nós somos irmãos, justamente porque nos amamos. E assim deve ser entre todos os homens e todas as mulheres que se amam.
— Oh! seria isso a extinção da espécie... a não ser que, em tal casamento, a cada um dos consortes assistisse o direito de ir buscar fora do casal, onde melhor o levassem os seus apetites carnais, a satisfação do instinto procriador!...
— E por que não? O instinto materialíssimo da procriação nada tem que ver com o amor, isto é, com o verdadeiro sentimento