seria preferível dar-lhe um amante.
Mas, e a sociedade?...
Sim, teria eu a coragem de afrontar com inabaláveis e velhos preconceitos estabelecidos até hoje?... Só o casamento, segundo os nossos ilógicos costumes, tão injustos para o meu sexo, dá à mulher o livre exercício de seus direitos naturais e só dele podemos receber a consagração da maternidade, que é o ato capital e mais transcendente no destino genésico de nós todas.
Substituir o marido por um amante é fácil de dizer aqui nestas páginas, mas, na vida real, é coisa delicadamente difícil de pôr em obra.
E minha filha, que não foi criada fora da sociedade, estaria disposta a consentir nisso? Não se julgaria lesada na substituição e eternamente ferida no seu decoro? E afinal, no fundo, qual de nós duas teria razão e bom senso: eu em dar-lhe um amante; ou ela em rejeitá-lo? E quem me diz que, assegurando-lhe a felicidade doméstica, não iria por outro lado fazê-la