na filha de Vitorino, cuja palidez aumentara.
— Há de fazer-se o casamento, porque eu quero, Lourenço quer, e tu queres.
— Não, eu não quero, meu padrinho, respondeu ela com firmeza, que a todos deixou por um instante espantados, quase fulminados.
— Tu não queres! exclamou o matuto, tomado de assombro. Por esta não esperava eu!
— Não quero, não senhor. Não quero, porque sei que Lourenço não me quer bem.
Lourenço, a esta voz, quis vir ao encontro da rapariga, mas faltaram-lhe expressões. Como havia de provar o contrário, quando na consciência de todos parecia haver um tropel de provas a favor da afirmação de Marianinha?
Houve, por instantes, uma como suspensão da vida em todos os convivas. No semblante de alguns, em cujo número estava Marcelina, revelou-se vaga expressão de pesar.
Francisco, levando as vistas ao rosto de Lourenço, foi o primeiro que rompeu o silêncio:
— Quanto a isto, estou calado. Se Lourenço te quer bem ou não quer, só ele é que sabe, só ele poderá dizer.
Lourenço acudiu simplesmente:
— Por meu gosto, quero casar com Marianinha.