No mesmo instante sentiu o rapaz forte pancada contra os quadris, semelhante à que produz o bote de alentada cobra; e logo força descomunal o puxa para baixo. Mal seguro, não pode resistir à força que o alcançara, e teve de cair, não ao pé da árvore, mas no interior do oco, onde a escuridão era profunda.
Então, uma voz abafada, mas conhecida dele, segredou-lhe aos ouvidos:
— Estás doido, Lourenço? Queres que os malvados te matem?
— É vosmecê, seu Falcão? inquiriu o rapaz aturdido da descida rude, que lhe lançara grande confusão no espírito. Vosmecê quer desgraçar-me? Eu não sou bom, e não gosto que me tratem deste modo. Por que não me deixa matar aquele puço, aquele infame Tunda-Cumbe?
— Cala-te, menino, retorquiu o capitão. Tu não tens juízo; és um tolo. Que seria de ti se eles chegassem a ver-te?
— Verdade é que estou desarmado. Mas tenho muita força. Deus louvado. Era capaz de quebrar os ossos do marinheiro, se o apertasse entre os braços.
— Guarda a tua força para quando for tempo.
— Vosmecê atirou-me aqui dentro, quando eu já ia salvar seu sargento-mor. Estou zangado. Não me faça mais isso.
— Ias perder-te. Por ver a tua loucura foi que te puxei para aqui. Não sejas criança. Que farias tu, só,