de beijos a vítima que eles provocavam; e entre a cútis transparente corria o sangue, que se precipitava do coração espadanando em cascatas!
— Sublime! A descrição é digna do quadro... que eu não vi! disse o Rochinha.
— Onde descobriste essa maravilha?
— É meu segredo.
— Nem se pode saber o nome do artista, Sr. Silva?
— Não adivinharam ainda!
— Será Rafael ?
— É um Ticiano póstumo!
— Ou algum gênio desconhecido ?
— Enganaram-se: é um artista de todos os tempos e de todos os Países; é o artista divino que fez as flores, as estrelas e as mulheres!
— Ah! neste gênero de pintura tenho visto o melhor que é possível!
— Eu aposto, disse Lúcia, que o Sr. Silva, como os poetas, embelezou o seu quadro. Viu o que sentia; mas não o que era.
— Que importa! É outra ilusão minha que desejo guardar!
— Talvez não a guarde por muito tempo...
— Pois, meus senhores, continuou Sá, mostrando-lhes estas pinturas, preparei-lhes uma agradável surpresa. É nada menos que o original delas; não o original frio e calmo, mas um verdadeiro modelo, vivendo, palpitando, sorrindo, esculpindo em carne todas as paixões que deviam ferver no coração daquelas mulheres.
— Onde está ele?
— Lúcia vai mostrar-nos.
— Ah!...
— Magnífico!
— Que maçada!