D. ANTÔNIO - Obrigação é, e a mais grave de todas. Olha-me bem, filha; eu amo-te como pai que sou. Agora, anda, vai.
CENA V
D. ANTÔNIO DE LIMA, D. CATARINA DE ATAÍDE, D. FRANCISCA DE ARAGÃO
D. ANTÔNIO - Mas não, não vás sem falar à senhora D. Francisca de Aragão, que aí nos aparece, fresca como a rosa que desabotoou agora mesmo, ou, como dizia a farsa do nosso Gil Vicente, que eu ouvi há tantos anos, por tempo do nosso sereníssimo senhor D. Manuel... Velho estou, minha formosa dama...
D. FRANCISCA - E que dizia a farsa?
D. ANTÔNIO - A farsa dizia:
É bonita como estrela,
Uma rosinha de Abril,
Uma frescura de maio,
Tão manhosa.
Tão sutil!
- Vede que a farsa adivinhava já a nossa D. Francisca de Aragão, uma frescura de maio, tão manhosa, tão sutil...
D. FRANCISCA - Manhosa,