contra Maanape e contra Jiguê. Já todos, e eram muitos! estavam com vontade de armar uma briga. Então um estudante subiu na capota dum auto e fez discurso contra Maanape e contra Jiguê. O povo estava ficando zangadíssimo.
– Meus senhores, a vida dum grande centro urbano como São Paulo já obriga a uma intensidade tal de trabalho que não permite-se mais dentro da magnífica entrosagem do seu progresso siquer a passagem momentânea de seres inócuos. Ergamo-nos todos una voce contra os miasmas deletérios que conspurcam o nosso organismo social e já que o Governo cerra os olhos e delapida os cofres da Nação, sejamos nós mesmos os justiçadores...
– Lincha! lincha! que o povo principiou gritando.
– Que lincha nada! exclamou Macunaíma tomando as dores pelos manos.
E todos se viraram contra ele outra vez. E agora já estavam zangadíssimos. O estudante continuava pra si:
–... e quando o trabalho honesto do povo é perturbado por um desconhecido...
– O quê! quem que é desconhecido! berrou Macunaíma desesperado com a ofensa.
– Você!
– Não sou,’tá’í!
– É!
– Ora vá desmamar jacu com alpiste, moço!