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Nos olhos da Saudade scintilou,
N'eles ficando viva e imorredoira.


E Marános, orando: «Eu te bemdigo
Virgem da minha terra e da minh'alma!
Emquanto eu existir, seja comigo
Tua viçosa graça espiritual...»


E o Outomno, de joelhos: «Minha Irmã
D'álem do mundo escuro a que eu pertenço;
Mystica e doce estrêla da manhã
D'um outro céu mais alto que este céu!
Na minha tôrva dôr inerte e baça
Das frias rochas e dos troncos nús,
Espalha a tua luz de eterna graça
Que dá calor e vida ás cousas mortas...»


E a Saudade a Marános: «Serei sempre
Comtigo n'esta vida e na outra vida!
Ou, de noite, dormindo ou acordado,
Verás minha Figura enternecida!
Serei sempre comtigo; e nos teus sonhos
Serei mais clara ainda e mais presente;
Durante o somno a alma está desperta,
Sonhando, é que me vês intimamente...


«Sim. O sonho do corpo é o despertar
Do espirito profundo que em nós vive.
Sonhar, o que é? Sentir, ouvir e olhar
Creaturas d'além do nosso Reino.
Uma arvore sonhando o que veria?

As aves que esvoaçam nos seus ramos