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MARÁNOS, ELEONOR E A SAUDADE
E Marános, ainda dominado
Pelo encanto d'aquela Aparição,
Ia andando...
Era a hora em que se vê
Já mesmo atraz da luz a escuridão...
Quando profundas lagrimas a medo
Sobem á face extatica das cousas,
D'onde o vulto nocturno do Segredo
Dir-se-ha que se levanta e nos espreita...
Dirigia-se á Ermida da Senhora
Da Serra ... Ali passava as longas noites...
E ali, n'um aureo gesto, a luz da Aurora
Lhe vinha anunciar o nascimento
Do Sol-Menino aparecendo além
Do horizonte serrano todo em chamas,
Como se fôsse a Terra a sua mãe,
E o erguêsse nos braços, offertando-o
Ás florestas, aos passaros e ás nuvens!
E Marános seguia a meditar
N'um silêncio tão grande, que ele ouvia