A verde terra, o mar; tudo o que abrange
A curva material dos horizontes,
Para meus olhos que é? Phantasma, sombra...
Sombra materna; vaga, diluida
Figura de Avoengo já remoto;
Morte de que descende a minha vida,
Como da noite morta a luz dos astros!
«E que és tu para mim? O que a semente
Na escuridão da terra sepultada,
É para a flôr que nasce em alto ramo,
E que ao pé das estrelas foi creada!
És o trigo da minha comunhão;
És a Sombra, o Passado que eu vivi...
Tu és a minha terra; és a paisagem
Que me trouxe, e és o berço onde nasci.
Tu és o meu Passado; assim as arvores
São talvez teu Passado ... mysterioso
Tempo em que a Vida apenas ensaiava
Seu animico vôo esplendoroso...
«E depois tu nasceste, ó Creatura!
E, de ti mesmo triste e descontente,
Começaste a voar na noite escura...
E no vôo infinito em que te perdes,
Já não és tu que existes ... mas sou eu;
O Ser espiritual que de ti vem;
Assim vieste da planta; assim a planta
Do seio virginal da terra mãe!
«Vivo em teu coração; mas em ti proprio