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tes, o exclusivismo destroe mil agentes de progresso.

Por vezes o fanatismo, exclusivista, o espirito de contradição que é quasi sempre egoismo ou snobismo, esteriliza o ingresso de ideias uteis. Uns porque se fanatizam até só verem as aguias que pairam alto, na esfera da arte; outros porque não vêem nada, julgando vêr muito. Surge uma ideia, um esforço, um livro, uma doutrina de intuitos moralizadores, generosos. ¿Não tem revestiduras de arte suprema? ¿Não fala á caprichosa e ligeira reflexão d'espiritos leves? ¿Não a circunda a auréola fulgente da fama? Inutiliza-se, condena-se. Desvaloriza-se o engenho que sobe do coração ao espirito, vivificado pela chama ardente da fé e que nos impõe o dever de aproveitar todas as forças, todas as vontades, todas as iniciativas extraindo-lhe o que tem de bom, fazendo-as realçar e frutificar. Porque são poucas, são urgentes, todas, todas, as energias que, pela razão e pelo sentimento, possam actuar beneficamente n'este cáos de anarquia, de confusos delirios passionais que provocam a miseria e a desgraça.

¿Será utopia o meu prisma? ¿Não terá