Ao Ex.mo Snr. Dr. Alfredo da Cunha
 

 

E por expontaneo dever de consciência que venho tomar parte no pleito em que se envolve o nome de V. Ex.a.

Debate-se uma causa de caracter particular. Mas não ha direitos pessoais exclusivos, perante os interesses de ordem social. Este caso pertence ao domínio dos problemas sociais. E é debaixo do seu aspecto simbolista que o discuto e me interessa.

A discussão é contrária a V. Ex.a, não sob o ponto de vista meramente pessoal, mas considerando-o um interprete de preconceitos de que afinal saem vitimas os dois sexos. Não desejo, porém, cultivar antagonismos entre sexos, condenando os erros dos homens, para proclamar a leviandade das mulheres.

 
 

Agita-se a opinião pública em correntes desencontradas. Apos a publicação do livro da Esposa de V. Ex.a, intitulado «Doida Não!», produziu-se uma extraordinária reacção de curiosidade. E a tragédia conjugal, que forma já um colossal processo juridico, entrou em ampla e agitada discussão.

Tem V. Ex.a favoráveis probabilidades de triunfo.

Tem as garantias da superioridade que é exclusivo dos homens nas sociedades mal organisadas.

Está de posse de uma fortuna colossal que é arma de