Mas é das agonias da dôr e da expiação iniqua que a luz irrompe como arestas de sol dissipando trevas.
Já vai longe a era dos brahmanes. Outra era antes dessa, serviu de farol ás épocas que ressurgem num auspicio de equidade E' a era dos Vedas que divinisaram a mulher mantendo-a no pedestal dum culto reverente para manter firmes e puras as virtudes mais excelsas do seu sexo que converteram o lar num templo de amor.
Toda a inspiração das ideias modernas que rehabilitarão os destinos do sexo maternidade, vem da Índia antiga onde a natureza depositou os germens das civilisações futuras. Concluia a astrologia desse tempo, que todo o planeta é satélite do sol e que a lua é satélite de todo o planeta. O sol era considerado o simbolo do sexo masculino. A lua era emblêma do sexo feminino. Cada qual tem a sua função nos movimentos vitais do Universo. O sol fecunda, mas a lua cria. Se um é alma e luz do diz, o outro é alma e luz da noite. E rebatendo as investigações de hipóteses e cálculos sobre os misteriosos destinos e disposições planetárias da lua, ha quem diga hoje, iluminando-se nas luzes dêsse tempo, que a lua é o verdadeiro Astro da creação. Completando a fecundação solar, ela é na mesma relatividade procreadora o que a mãe é na função da maternidade. A Terra é a filha de ambos. O sol lhe envia o helios gerador; a lua the alimenta as seivas que germinam, dando-lhe o leite dos seus orvalhos, os beijos argênteos do seu luar. E de toda esta relatividade entre a vida de amor cósmico e a vida dos seres humanos, concluiam os Vedas, idolatras da mulher, que ela tinha direito a ser considerada como divinisação pura da luz genésica do amor, a mãe venerada da humanidade, como a lua glorificada pelo culto cosmogónico, das reveladoras fases espiritualistas. E como a lua é a musa da poesia e a lira da inspiração que enternece