sorte, a vida que conspirou. contra os direitos afectivos e o prestigio social de outras existências prestigiosas? »
E embora a mãe seja uma humilde filha do povo, uma inteligência obscura e inculta, ela possue um coração cheio de amor que é mais sábio do que os mais sábios filósofos, mais amante do que todas as paixões amantes, e tão puro nos seus afectos previdentes como a limpidez dos arroios ou as boninas dos montes.
E então, decerto, esse amor de mãe, responderá ao filho amado:
« Assim como não podia ser feliz a mãe que para te amar se apartou do filho e arrancou aos meus doridos braços os teus braços que eram o meu amparo e o meu carinho, tambem não pódes tu ser feliz, meu filho, porque usurpaste no coração de outra mãe o lugar que pertencia ao filho das suas entranhas.
Todo o amor puro é uma benção. Todo o amor pecaminoso é uma maldição.
Restitue a mãe ao filho, reconcilia os seus afectos para que tu sejas restituido à ternura da mãe que por ti chora e se lamenta. »
— Se estas palavras penetraram na alma do Manuel como um perfume de sentimento nobre que vai ao encontro de outro nobre sentimento, essa alma é boa, é heroica e digna do alto aprêço que merece a virtude do sacrificio.
Mostrará então que é bem digna do amor que viera de outra alma compassiva e boa, embriagar de esperanças e sonhos venturosos uma existência humilde e dedicada.
Em desvairada sede de afectos intensos, disse-lhe sentir veemente dessa alma necessitada de emoções violentas: