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Para Divertir

xando qualquer livro ou objecto de estudo fóra do seu lugar.

Junto dêle, quiz a sorte que ficasse um pobre rapaz, tão bom como êle, mas cuja inteligência em nada se parecia com a sua. Muito desejoso de aprender, Pedro abria grandes olhos procurando entender quanto o professor explicava; mas era em vão!

A sua pobre cabeça não era feita para o estudo. Ás vezes, quando as aulas terminavam, Pedro retirava-se sósinho e de cabeça baixa, sentindo uma grande mágua por não ter percebido cousa alguma e receiar ter de dar lição no dia seguinte.

Uma tarde, o professor chamou-o á pedra. Éle ergueu-se, tremendo, e a tremer pegou no giz. Não fez nem disse senão asneiras, e o professor mandou-o sentar, depois de lhe ter passado uma forte repreensão.

O pequeno, muito envergonhado, corado até ás orelhas, retomou o seu lugar com as lágrimas nos olhos, enquanto os condiscípulos o seguiam com olhar zombeteiro e um sorriso de troca.

António, porém, não se riu. Em vez de fazer côro com os companheiros, pediu ao professor para lhe dizer uma cousa. Autorizado a isso, afirmou-lhe:

― O Pedro estudou, que eu vi; mas está doente, e é por isso que não deu bôa conta de si. Se V. Ex.ª o chamar ámanhã, ou em outro qualquer dia, verá que êle sabe a lição.

O professor fitou com simpatia o seu melhor aluno e volveu-lhe com brandura: