pleto, tomando-lhes a peça e deixando aquele ponto coberto de cadáveres e de feridos. A coluna da esquerda, comandada pelo major José Joaquim Pacheco, coadjuvado pelo capitão Bernardo de Sá Nogueira, dirigiu-se à Vila das Velas, onde encontrou uma força de trezentos homens de linha e milícias, colocados em posições vantajosas, e defendidos por um parque de artilharia. Conseguiram dar a primeira descarga sobre a tropa invasora, que lhe correspondeu com uma carga imediata à baioneta calada, apoderando-se de toda a artilharia e fazendo setenta e tantos prisioneiros ao mesmo tempo que deixaram muitos mortos e feridos. A participação oficial desta vitória alcançada pelas tropas liberais chegava a Angra no dia 11 de maio de madrugada, sendo portador dela o coronel de milícias Teotónio de Ornelas Bruges Ávila. Foi saudada com salvas de artilharia e um Te Deum em ação de graças, a que assistiu a Regência, todas as autoridades civis e militares, funcionários e pessoas nobres da cidade. Houve também parada no campa do Relvão, e, dadas as salvas e feita a continência real, o comandante interino das forças da ilha, o brigadeiro Sebastião Drago Valente Leão Cabreira, levantou os seguintes vivas: À Rainha a senhora D. Maria II! À Carta Constitucional! À Regência! Ao vitorioso destacamento expedicionário! Submetidas as duas ilhas, São Jorge e Pico, seguia-se no plano traçado a ilha do Faial; mas, sobrevindo rigorosos ventos, e aparecendo inesperadamente a corveta D. Isabel Maria na enseada daquela ilha, não foi possível ao Conde de Vila Flor, nem a prudência o aconselhava, a realização de um ataque à ilha do Faial. Voltou o Conde com o seu estado-maior para Angra, onde entrou a 14 de junho; e sabendo que os seus adversários estranhavam a sua vinda, caracterizando-a de covardia, tornou a embarcar no dia 16, pela uma hora da tarde, para a ilha de São Jorge. No entretanto, continuava a Regência promulgando decretos e tomando as medidas necessárias para sustar o desassossego dos povos, que de dia para dia aumentava. Por Decreto de 3 de junho, criou a Junta Consultiva, para substituir o Conselho de Estado, nomeando logo os seus respetivos membros. Os amigos do general Saldanha, que o desejavam ver no governo, não podiam suportar o predomínio da Regência e tramavam uma revolta para a depor e chamar aquele general para a substituir, sendo o Marquês de Palmela o mais odiado por aqueles turbulentos que não reconheciam os grandes favores prestados por aquele homem tão distinto à causa da liberdade! A Regência, ao tomar conhecimento do que se tramava na sombra contra o governo, mandou proceder a uma devassa, sendo pronunciados vários oficiais militares e alguns bacharéis formados que tinham exercido cargos públicos. O juiz Luís Lopes Vieira de Castro era-lhes adverso e o campo estava aberto para se saciarem os ódios e vinganças: fácil foi envolvê-los com