os verdadeiros culpados, e tais foram os processos levantados por aquele magistrado que a Regência, ao tomar conhecimento deles, achou prudente mandar fechar o sumário. No entretanto, a 19 de junho, e de noite, foram presos vários oficiais militares, o ex-membro da Junta Provisória, Farinho, o ex-corregedor Meireles Guerra e os dois miguelistas Luís Pacheco e Mateus Pamplona. Foram estes presos mandados para bordo de um navio inglês, com ordem de seguirem para Inglaterra. A 20 expediu a Regência uma Portaria para que os negociantes e proprietários apresentassem mais vinte contos de réis, de empréstimo forçado, além de outros que já tinham feito, havendo por esta ocasião violências graves. No dia 22 de junho, aniversario da primitiva revolta liberal, ressoaram os aplausos, comemorando-se aquele dia com salvas de artilharia no Castelo de São João Baptista; e, no dia seguinte, foram espingardeados um ajudante prisioneiro e um soldado, por tentarem uma revolta. Eram estas violências na aplicação da pena, que excitavam os povos, que olhavam para o governo como para o seu algoz. No dia 24 chegaram de noite da ilha de São Jorge, numa escuna inglesa, José Maria Baldy e D. António de Melo, com ofícios do Conde de Vila Flor, e voltaram sem demora. A 25 chegou a notícia de estar a ilha do Faial já sujeita e obediente ao governo de D. Maria II, havendo grande entusiasmo e salva real nas fortalezas e no dia seguinte um solene Te Deum na Sé Catedral. A corveta, que havia entrado na baía do Faial perseguida por dois navios de guerra franceses, atemorizou-se das forças expedicionárias terceirenses e foi para a ilha de São Miguel, levando o governador Morais Âncora e vários oficiais da guarnição do Faial, onde as forças liberais entraram sem darem um tiro e fazendo perto de quatrocentos prisioneiros de linha. Ali se soube que D. Pedro, compelido por uma revolução da tropa e do povo brasileiro, abdicara a coroa do império do Brasil em seu filho, saíra para a Europa passando pelos Açores na fragata britânica Volage,2 e que a Rainha D. Maria II saíra igualmente para Brest na fragata francesa La Seine. Ao passar pela ilha do Faial, deixou D. Pedro ao cônsul britânico umas cartas para o Conde de Vila Flor, datada de 30 de maio, testemunhando-lhe como pai e tutor da Rainha sua augusta filha, vivíssimo agradecimento pelas firmeza e constância que mostrara; e se congratulava com ele pela tomadas de algumas ilhas, significando-lhe que seria incansável em promover, como particular, os interesses da jovem Rainha. Eram estas notícias altamente satisfatórias para os constitucionais, que viam assim na Europa a excelsa Rainha e seu augusto pai, de quem esperavam poderoso e eficaz auxílio para o triunfo da causa que seguiam.