—Gosto de lêr, sim, senhor.
—De qual genero gosta mais?
—De todos, sendo a poesia boa.
—Gosta do meu genero?
—Qual é?
—São todos, pois os jornaes não disseram que eu primo em todos os generos? Então não leu o meu livro?
—O senhor sabe, lêr é um caso e compôr é outro. Na qualidade de compositor li-o quando o-compunha, na qualidade, de leitor, propriamente dito, ainda não o-li.
—Então não sabe dizer se os versos são bons, se as rimas ricas, se é corrente a grammatica, se ha ideia...
—Mas V. S. deve estar contente com a opinião dos jornaes.
—Contentissimo. De cada vez que leio um elogio releio o volume, e quando acabo de relêr a este tenho vontade de escrever outro.
—Lá isso ha de ter.
—Diga com franqueza, nem de passagem notou tal ou qual defeito?
—Ninguem anda isento delles.
—Nos versos?