existir por baixo do sentimento monárquico, até para dar-lhe brilho e calor. Ele figura um inglês convencido de que a Monarquia, mesmo meramente decorativa, tende a engendrar hábitos sociais degradantes. O dever desse republicando será deixar a Monarquia de lado e abster-se de todos os atos, em público e em particular, que possam, mesmo remotamente, alimentar o espírito de servilismo. “Tal política não interfere, diz-nos mr. Morley, com as vantagens que se diz ter a Monarquia, e tem o efeito de tornar as suas supostas desvantagens tão pouco prejudiciais quanto possível...”
Desse espírito inglês eu disse que tive apenas um toque. Na questão da abolição, entretanto, não me desviei dele. A abolição era uma reforma que o espírito inglês anteporia a todas as outras por toda ordem de sentimento. Se a abolição se fez entre nós sem indenização, a responsabilidade não cabe aos abolicionistas, mas ao partido da resistência. O meu projeto primitivo, em 1880, era a abolição para 1890 com indenização. Se em qualquer tempo um ministro da coroa chegasse às Câmaras e dissesse: “A escravidão não pode mais ser tolerada no Brasil, o nosso grau de civilização repele-a, e eu venho pedir que decreteis a liberdade imediata dos escravos existentes, votando os precisos recursos para a respectiva desapropriação”, poderia haver abolicionista que quisesse prolongar