sentimentalismo resfria aqui diariamente. A Inglaterra é um forno em comparação.”

“Junho, 26. A França parece-me a casa de Ulisses cheia de pretendentes a consumirem entre si a fortuna de Telêmaco, à espera que Penélope se decida por um deles. Cada um está certo de ser o preferido e, enquanto ela pede a Minerva que acabe com os seus insuportáveis perseguidores, eles continuam a devorar os bois e os carneiros, repetindo: ‘Não há dúvida que ela se está preparando para o casamento’. Infelizmente não parece provável que Ulisses volte para exterminá-los e tomar conta da casa.”

Essa nota é, quase, puramente literária. Ulisses aí era o conde de Chambord, e os pretendentes os partidos que arrastavam a França, depois da derrota nacional, talvez para a guerra civil. Eu pensava escrever um ato, intitulado Os Pretendentes, com a idéia do arco de Ulisses. Era, como o drama de que falei, um caso da falta de coincidência que se dava em mim, entre a imaginação literária e a simpática política.

Há outras notas, com relação aos Pretendentes. Em 16 de julho:

“O conde de Chambord representa a teoria de que a política é uma arte religiosa, e um reinado uma espécie de monumento das crenças de uma época. A concepção de que governar é um ato religioso, como o de confessar, e tem um fim religioso, destrói toda liberdade de pensamento.