no trono, o pensamento era que uma Monarquia republicana dispensava a República. A fraqueza da Monarquia de 1830 foi que o princípio da hereditariedade a minou desde o começo. Luís Filipe destruiu o direito divino para subir, e depois, quis servir-se dele para durar, transformando-o em bom senso, princípio de autoridade etc. O que faz a unidade da carreira de Thiers, é que ele foi sempre pelo governo parlamentar, pelo direito popular representado nas assembléias legislativas. Por esse princípio renunciou à presidência da República em mão suspeitas. O segredo da sua fortuna política consistiu em guardar fidelidade à França.

Muitas vezes um país percorre um longo caminho para voltar, cansado e ferido, ao ponto donde partiu. É possível que a França volte ainda à Monarquia legítima, e se Thiers tivesse vivido mais tempo e a República trouxesse novas desgraças para a França, como a Comuna, talvez fosse o mesmo Thiers quem entregasse a França ao herdeiro dos seus reis. Mesmo assim, quando a França comparar os dois tipos de estadistas; Berryer, que não mudou nunca, fosse por uma convicção monárquica sempre renovada, fosse por um cavalheirismo digno do seu caráter, e ficou sempre no mesmo lugar à espera de que a França voltasse aí, e Thiers, que a acompanhou nas suas vicissitudes, eu acredito que ela se reconhecerá a si mesma no homem que encontrou