vida privada, pelo menos a dos que pretendem entrar para a política, se há moralidade no terror causado por um desses formidáveis exposures eleitorais, os franceses diriam chantage. A vida política, porém, ele não tem moralizado. A consciência pública americana é muito inferior à privada, a moral do Estado à moral de família.

De certo, nos Estados Unidos, os chamados rings, nós diríamos quadrilhas, roubos políticos, os sindicatos administrativos são denunciados e investigados como não o seriam talvez em nenhum país, o americano não tendo pena dos adversários, julgando-se obrigado para com o seu partido a reduzi-los à condição mais humilhante, a expeli-los um por um, sendo possível, da vida pública. Mas, desde que a corrupção reina nos dois partidos, que ambos têm as suas chagas conhecidos, as suas ligações comprometedoras, todas as campanhas a favor da pureza administrativa têm muito de insincero, de simulado, de convencional, o que não acontece com as investigações da vida privada. Estas, sim, encontram em toda a parte a unidade do sentimento e da educação religiosa do país para ecoá-las. A consciência em voga entre os politicians tem a sua casuística especial.

Isto não quer dizer que na política americana não haja um tipo muito diferente do do politician, ou, como os antigos lhe chamariam, do demagogo; que, ao lado da consciência elástica, insensibilizada