e a honestidade de processos que tornam na Inglaterra, por exemplo, a carreira política aceitável e mesmo simpática aos espíritos mais distintos. O que caracteriza essa luta é a crueza da publicidade a que todos que entram nela estão expostos. Como antes eu disse, não há vida particular nos Estados Unidos. Para a reportagem não existe linha divisória entra a vida pública e a privada. O adversário está sujeito a uma investigação sem limites e sem escrúpulos, e não ele, somente – todos que lhe dizem respeito. Se um candidato à Presidência tiver tido na mocidade a menor aventura, terá o desgosto de vê-la fotografada, apregoada nas ruas, colorida em cartazes, cantada nos music-halls, por todos os modos e invenções que o ridículo sugerir e parecerem mais próprios para captar o eleitorado. A campanha contra Tilden foi feita com uma revelação de que ele tinha uma vez iludido o fisco, a respeito do seu rendimento profissional. O político é entregue sem piedade aos repórteres; a obrigação destes é rasgar-lhes, seja como for, a reputação, reduzi-la a um andrajo, rolar com ele na lama. Para isso não há artifício que não pareça legítimo à imprensa partidária; não há espionagem, corrupção, furto de documentos, intercepção de correspondência ou de confidência, que não fosse justificada pelo sucesso.

O efeito de tal sistema pode ser moralizar a