A idéia de que o seu governo é o mais forte do mundo e o que mais economiza e oculta a sua força, é o orgulho por excelência do americano. Entre o militarismo europeu e a democracia desarmada dos Estados Unidos pode um dia rebentar um conflito que hoje parece quase um paradoxo figurar, mas, até se experimentar em uma grande guerra estrangeira, como se provou em uma grande rebelião, a solidez e a elasticidade da americana, não se a pode considerar superior à velha textura européia.

O que se pode dizer é que os Estados Unidos não tiveram ainda os mesmos perigos de que se acautelar do que a Europa. Esse governo que muda todos os quatro anos, pode ser o mais forte do mundo, mas não foi experimentado nas mesmas condições que os outros, e que para estes, que são governos armados e em constante vigia pelo risco das coalizões estrangeiras, como os magníficos transatlânticos, de vastos salões iluminados, cobertas altas, camarotes espaçados e arejados, verdadeiras cidades flutuantes, estão como habitação para os navios de combate.

A União, comparada com a Inglaterra, é como a prairie americana comparada ao pátio interior de um castelo normando. Em uma, há de todos os lados o espaço descortinado, a planície sem fim; em outro, o espectador está fechado por altas paredes, que lhe contam sempre a história de outras épocas. O passado pesa sobre o presente na