Inglaterra e o limita; na América, não há vista retrospectiva. De tudo isto resulta para o americano um sentimento de independência, que o faria, como fazia o grego, sentir-se metade escravo, se lhe dessem um rei, mesmo quando efeito da realeza fosse aumentar a sua parte efetiva de direitos e de influência na comunhão. É nisto que consiste a maior “liberdade” americana: no sentimento de igualdade hierárquica entre governantes e governados.
Não havia perigo de que eu adquirisse essa idiossincrasia americana: era evidente para mim que ela era o resultado das condições em que o país crescera e que, se a independência tivesse sido feita com um príncipe inglês, como a nossa foi feita com o herdeiro do trono, os Estados Unidos. em um século de progresso e de adiantamento, teriam desenvolvido para com a sua casa reinante o mesmo sentimento de loyalty dos ingleses. Se a realeza, na Inglaterra, passou, no nosso tempo, pela metamorfose que se observa do reinado de Jorge IV para o reinado de Vitória, teria passado na América do Norte por uma transformação ainda maior. Mr. King ou mrs. Queen seria uma pessoa muito mais popular do que mr. President, e diariamente receberia mais esmagadores shake-hands ou mais familiares cartões postais. No Brasil a Monarquia foi o que vimos, uma pura magistratura popular; como não seria nos Estados Unidos, onde o princípio ativo,