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MINHA FORMAÇÃO

um sábio, que reduziu a sua ciência a uma serpentina em que de tudo distilava a abolição... Seu centro de gravidade foi verdadeiramente sublime... Não posso ainda falar dele em relação a mim, porque não o quisera fazer de modo incompleto... Prefiro mostrá-lo em relação ao imperador. Aqui está uma dessas provas rápidas, fotogênicas, que ele sabia tirar de si, e nas quais os que vieram com ele reconhecem-lhe a fisionomia, apanhada com toda a mobilidade da sua expressão e com a inalterabilidade do seu afeto humano. É por acaso que encontro esta carta dele:

“Cannes, 13 de maio de 1892.

Meu mestre e meu imperador – Não passará o 3º aniversário da libertação da raça africana no Brasil, sem que André Rebouças dê novo testemunho de filial gratidão ao mártir sublime da abolição.

Sinto-me feliz por ter sido escolhido pelo bom Deus para representar a devotação da raça africana a V. M. Imperial e à princesa redentora, e alegro-me repetindo-o incessantemente.

É hoje grato relembrar a síntese da nossa vida, como meu bom mestre disse no Alagoas, quando comemoramos seu 64º aniversário.

Principiou em Petrópolis, em 1850, há 41 anos, examinando-me em aritmética, ainda menino de colégio, e continuou, quase cotidianamente, nas lições e nos exames das Escolas Militar, Central e de Aplicação na fortaleza da praia Vermelha até dezembro de 1860.

Os anos de 1861 e 1862 foram de estudos práticos de caminho de ferro e de portos de mar na Europa. A primeira Memória, escrita com o Antônio, datada de Marselha,