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MULHERES E CREANÇAS

uma essencia superior ás que não podem competir com ella em opulencia; de um lado levanta-se o orgulho, de outro lado rasteja a inveja.

O gosto de ser contemplada, admirada, de excitar emulações raivosas, de ser apontada como um modelo de elegancia infantil, accende no espirito da creança a funesta luz que mais tarde ha de allumiar os erros da mulher.

Quando sôa emfim a hora em que o espirito exige a sua indispensavel cultura, o mesmo systema que até alli dominou na educação da pequenina continúa a fazer sentir a sua corruptora influencia.

« — Quero que a minha filha se não possa envergonhar de apparecer ao pé das mais ricas! — diz a mãe enfatuada na sua funesta vaidade.

 

 

Chamam-se os professores de dança, de musica, de linguas, de desenho, ou conduz-se a menina ao collegio mais afamado em prendas d’este genero.

Algumas mães exigem tambem que as filhas aprendam a bordar a lã, a bordar a ouro, a bordar sobre escomilha, a fazer crochet, flôres, pequenos trabalhos de agulha, proprios para ornamentação de um quarto de pensionista ingenua.

Outras, mais dadas á sciencia, querem uns elementos