MULHERES E CREANÇAS
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Tornam-se taciturnas e sonsas.

O habito de contrariarem incessantemente os impulsos tão naturaes da sua idade, como que lhes abre o caminho para a hypocrisia, o peior e o mais vulgar dos vicios femininos.

Sentindo continuamente pesar-lhe sobre a cabeça uma pressão despotica, de que não podem reconhecer a justiça, aspiram instinctivamente ao livramento, teem surdas revoltas intimas, de que nenhum olhar sonda os segredos.

Não se desenvolvem na plena liberdade da natureza, ha nos seus corpos miudinhos um aspecto de enfezamento e de fraqueza que faz pena.

A vaidade maternal cuida então de as enfeitar; o vestuario das suas pequenas joias torna-se para as mães — para as mulheres — um negocio de alta e gravissima importancia.

Não ha nada que as satisfaça; os bordados finos, as rendas, as sedas, as plumas, os velludos, tudo se combina para adornar o gracioso e querido anjo.

Dous resultados inevitaveis:

A immobilidade a que este luxo condemna as suas victimas pequeninas, e a feroz vaidade de que elle lhes lança n’alma a primeira semente, que mais tarde ha de desatar-se em venenosos fructos.

A pequena assim vestida julga-se forçosamente de