Não será uma irrisão dizer que ella conhece a historia?
Sabe os nomes dos reis, as datas dos seus nascimentos e mortes, coroações e consorcios, e os filhos que tiveram e as cidades e villas que conquistaram; mas que idéa tem ella d’essa historia sublime, que participa do drama e da epopêa, que tem paginas doloridas e paginas brilhantes, que tem cantos triumphaes, e gemidos de lutuosa angustia, d’essa historia em que estão registradas tantas luctas heroicas, tantas conquistas immortaes, e que se chama a historia da humanidade?
Não lhe parece que deve ser um estudo elevado, fortificante, robustecedor, que faz conhecer melhor, os esforços titanicos que o homem tem empregado para alcançar a quasi omnipotencia que hoje possue?
Do homem rude, primitivo, inhabil, rodeiado de perigos para o corpo e de chimeras para o espirito, esmagado pela força brutal da natureza, sem comprehensão do destino que o esperava e da missão a que vinha, até ao homem dos nossos dias, ao rei, ao victorioso, ao vencedor, ao que tem dominado todas as tyrannias que o dominavam, que differença enorme vae, minha querida amiga!
Entre o pária errante das selvas pre-historicas e esse triumphador que se chama Newton ou Goethe,