MULHERES E CREANÇAS
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Claude Bernard ou Victor Hugo, ha a distancia de uns poucos de milhares de seculos, que é preciso conhecer ao menos pelos marcos milliarios que teem assignalado a passagem dos mais illustres caminhantes n’essa estrada luminosa que se chama civilisação.

É isso que eu chamo conhecer a historia.

D’essa sciencia o espirito de sua filha, curioso, ávido, aberto para todas as grandes cousas, só póde colher proveito, um enorme proveito cujo alcance mal lhe posso explicar!

Dir-me-ha que n’essa historia ha crimes ignobeis, ha quadros revoltantes, ha homens condemnados cujo contacto póde ferir o delicado e original espirito de uma creança.

Oh! mas tambem ha martyrios, sacrificios, abnegações, arrojos sublimes!

Se ha criminosos, tambem ha heroes; se ha algozes, tambem ha martyres; se ha monstros, tambem ha santos.

Deixe que no cerebro da creança se faça a mysteriosa elaboração de que ha de sahir o culto pelo que fôr bello e bom, o odio raciocinado e violento a tudo que fôr abjecto e vil, a compaixão virtuosa e divina para tudo que fôr fragil e ignorante!

Ponha nas mãos de sua filha todos os cantos d’essa epopêa enorme. Faça-lhe lêr com attenção essa historia,