MULHERES E CREANÇAS
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Apesar do aspecto ridiculo de que estas romanticas e elegiacas creaturas se revestem, que ninguem se ria d’elles!

Victimas se chamam, e victimas são de certo, mas não de imaginarias perfidias ou de tragicas aventuras.

São victimas da sua educação falsa, da sua sentimentalidade piégas, da idéa inteiramente errada que formam da vida pratica.

Imaginaram que haviam de ser eternamente amadas, amadas com extasis poeticos, com grandes discursos inflammados, com acompanhamento de viola franceza e de epistolas em verso, que tivessem de mais em amor, o que tivessem de menos em grammatica; sonharam ser as pallidas Julietas apaixonadas, recebendo á luz branca da lua, as confidencias convulsas dos seus Romeos de obra grossa; e para attingirem este ideal dos seus desejos suppozeram que lhes bastavam a alvura da tez, o brilho do olhar, a frescura dos labios, a abundancia dos cabellos, e por cima de tudo isto a garridice, a pretensão, a ignorancia e a toilette!

Em muito menos tempo do que é preciso para murchar uma rosa, os proprios homens se enfastiaram.

E eil-as inconsolaveis e inconsoladas, maldizendo a traição masculina, que lhes não deu mais que o castigo merecido!