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MULHERES E CREANÇAS

Houve tempo em que a mulher feia tinha como unico refugio o convento.

Felizmente, porém, esse tempo vae longe.

O homem já não exige da companheira do seu destino, como condição unica de felicidade, encantos que murcham com os annos.

Assenta em mais solidas bases a ventura conjugal.

Mulheres, sêde boas, cultivae o espirito, e allumiae a consciencia; na vida do homem ha horas escuras; que a luz que sabeis diffundir as illumine.

A sociedade tem desfiladeiros sombrios, tem selvas ignotas, como o inferno do Florentino, aprendei a guiar com a vossa pequena mão branca e macia os robustos luctadores, que ás vezes param no limiar d’esses caminhos, com a vista incerta e o passo hesitante.

E isso que hoje se exige de vós.

Eu vou mais longe que madame de Girardin, na sua arrojada proposição que tão poucos comprehenderam.

Quando vejo um homem sou capaz de adivinhar a que genero pertence a mulher que elle tem por esposa; quando entro n’uma casa basta-me vêr a disposição dos moveis, a escolha dos livros, o aspecto das creanças, a expressão das cousas mudas, para poder afiançar se a dona d’essa casa, a divindade modesta e tutelar d’esse pequeno templo, é digna do seu titulo sagrado de esposa e mãe.